Já vimos muitos chás de panela juninos mas hoje temos um casamento real, econômico e junino para te mostrar! E, podemos dizer? Ficou simplesmente encantador, lindo e diferente.

A Tamara e o Marcelo são da Paraíba e tem uma história muito legal. Eles sempre trabalham no São João de Campina Grande, que é enorme e famoso no Brasil inteiro. Então, como eles estão sempre trabalhando e nunca podem aproveitar o arraiá, decidiram que o casamento deles seria junino, pra eles curtirem de montão.

Na cerimônia ao invés de pajem e daminha teve uma quadrilha inteira participando da entrada. O noivo estava de colete xadrez, a noiva com um vestido artesanal feito por uma rendeira da região e carregando um buquê de flores de crochê feito pela vó. Eita coisa linda! Claro que o jantar teve comidas típicas e a festança rolou solta com quadrilha e forró!!!

Quem quer ver? o/o/o/o/

“Acompanho o blog ha bastante tempo e super me identifiquei de cara com a sua história, porque assim como você eu e o Marcelo queríamos casar, mas não tínhamos grana. Namorávamos há seis anos e como trabalhamos todo ano no São João de Campina Grande – PB, nunca curtimos os festejos juninos, por isso decidimos que nosso casamento seria junino, pra que a gente pudesse curtir e fazer o nosso próprio “arraiá”!

Temos a arte correndo nas veias, ele é músico e eu artista plástica, então não tinha como deixar isso de lado no nosso casamento. Sempre gostamos mais de coisas diferentes e na época pesquisei muito na internet sobre casamento junino, mas não encontrei muita coisa, aí decidi: eu mesma vou criar tudo!

Comecei pelo convite. Como sempre gostei muito de ler e de escrever, me arrisquei a fazer o meu próprio convite em cordel (leia aqui) . Fiz o texto, o desenho da capa como se fosse uma xilogravura e montei uma caixinha com papel Kraft e fitinhas florais e pra finalizar coloquei um casal de noivinhos de pano comprados no MAP (Mercado de Artesanato Paraibano). Imprimi tudo em casa mesmo em papel ofício amarelo.

Como sempre sonhei em casar com um vestido feito por rendeiras da região, comecei a busca quase um ano antes, pois esses vestidos feitos artesanalmente demoram muito tempo a ser feito (alguns chegam a um ano) e outro detalhe: costumam ser bem caros. Já havia desistido, porque fugia do nosso orçamento, mas aí minha mãe me disse: “Faço questão de lhe dá de presente”. Daí começamos a aventura em busca do melhor preço. Fomos achar numa lojinha no interior, inclusive é minha dica: não comprar vestidos de renda renascença em lojas de noivas e sim encomendar a própria rendeira ou alugar direto a uma noiva (eu por exemplo tô pensando em alugar o meu).

Os preparativos da festa foram feitos em nove meses. Fiz as lembrancinhas, compotas de doces cobertas com paninhos de chita, arranjos de mesa com garrafas de cachaça e flores de chita (ficam bem mais em conta que flores naturais e ainda por cima servem de lembranças, até hoje quando chego na casa de alguém que foi pro casamento, encontro os arranjos). Minha tia me deu de presente as sandálias pra na hora da festa o pessoal “arrastá o pé” e eu confeccionei as tiaras de noivinhas, o bouquet de feltro com bonecos de Santo Antônio, as tiaras com flores e mini chapéus de palha para as mulheres. Pros homens confeccionei gravatas coloridas e xadrez de emborrachado e distribuímos junto com os tradicionais chapéus de palha. Para os padrinhos foram de presente uma mini garrafinha de licor com copinho de barro e bonecos de pano de Maria Bonita e Lampião.

Minha vó lindona fez meu bouquet com flores de crochê coloridas e minha mãe colocou as pedrinhas e fitas de cetim brancas no meu vestido para dá um ar mais sofisticado.

Pra economizar fizemos a cerimônia e a festa no mesmo local e com a ajuda de alguns familiares queridos e muitooo fofos montamos tudo no dia. Não deu pra colocar muita coisa, mas fiz uns móbiles com bastidores pra decorar a mesa do bolo, uma cortina de fitas e renda pra entrada do Salão, um adesivo de parede com a frase: eu me caso com você nesta noite de São João, luminárias com os três santos juninos, estandartes de casais matutos dançando espalhados por todo o salão, e um cantinho para as fotos, além de um cantinho para o pessoal deixar o recadinho junto com as lembrancinhas.

Tem um detalhe beeeem grande no meio dessa história: meu irmão e minha cunhada foram selecionados para serem um dos casais a disputar o primeiro quadro “Enxoval de Rainha”, do Programa da Xuxa, e foram o casal vencedor. Até aí tudo bem, estávamos todos em meio aos meus preparativos, mas muito felizes por eles! Mas aí que a Globo achou de antecipar a final do concurso e transmitir exatamente no dia do meu casamento. Beleza né? Fora o povo chegando pra assistir lá em casa, o meu dente achou de quebrar e ao invés de ir pro salão me ajeitar fui me derramar em lágrimas, e deixar todos nervosos correndo pra tentar encontrar um dentista em pleno sábado final de tarde. Depois que passou o susto até o noivo brincou, me perguntando se eu queria casar a caráter mesmo (pense num desespero!) rsrsrs.

Mas voltando a falar da parte boa, dente consertado, uma hora de atraso depois e enfim vou casar!  

A cerimônia foi iniciada com meu cunhado abrindo o cortejo dos padrinhos tocando em sua sanfona a música “Um dia Perfeito”, de Fala Mansa. Ao invés de um pagem e uma daminha, eu tive direito a uma quadrilha inteira, formada pelos priminhos (noivinha, noivo, pai da noiva, padre, lampião e Maria bonita, etc.) que entraram soltando traques ao invés de flores. Entrei ao som de “Neném Mulher” que ganhou um arranjo do maridão com trechos da marcha nupcial no final.

Durante a cerimônia meu pai foi chamado pelo pastor para nos dar a bênção e ele nos preparou a surpresa mais linda que já recebi na vida: ganhamos um cordel chamado “Cordel do Amor Encantado”(neste link), que ao ler fez todos chorarem e eu, claro, borrar toda a minha maquiagem.

Em seguida subi no banquinho pra dá o beijo no marido (reproduzindo a capa do convite), saímos pra ver a queima dos fogos ao som de “Tamborete de Forró” e no caminho fomos contemplados com uma chuva de fitas de cetins coloridas jogadas pelos convidados, foi lindo!

Depois a “festança” correu solta, com direito a quadrilha, dança das fitas para as solteiras pegarem o bouquet de Santo Antônio e traques e chuveirinhos para a meninada. O jantar foi regional, teve uma mesa de doces típicos, e claro, muito alegria, quadrilha e forró!

Meu casamento passou longe de ser o mais sofisticado, mas que foi lindo, econômico e super feliz, isso eu posso garantir!”

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