A Mônica já conhecia o CSG e leu aqui sobre miniwedding e casamentos em restaurantes,  por isso não desistiu de se casar com Heloísa. Ah, elas colocaram a mão na massa pra valer! Fizeram toda a decoração do casamento, o varal de recados, cabelo, maquiagem, som, topo de bolo, entre outras coisa.
Quer saber mais dessa história? Vem ver.


“Esse acho que vai ser o relato mais DIY que vocês já viram, e sem ajuda de pais ou padrinhos, como ocorre na maioria dos casamentos.

Nosso casamento se deu totalmente por acaso. Já morávamos juntas havia quase um ano e planejávamos mudar de estado em 2015. Com a mudança, a regularização da união era importante, pra garantir os direitos civis que todas aqui já devem conhecer. Então planejávamos cumprir a parte burocrática apenas. Eu estava trabalhando, estudando pra OAB e fazendo monografia e minha esposa estava estudando pro ENEM e procurando emprego. Estávamos com problemas com vizinhos do prédio que implicavam com nossos dois miniporcos de estimação e pra completar, eu tive uma fratura no pé. E aí você pensa: mas que merd*. Pois é, a vida estava meio “zicada”, mas foi justamente com essa fratura que acabei ficando em casa por vários dias e na impossibilidade de fazer muitas coisas, pesquisando à toa na internet, acabei me deparando com posts sobre o uso de suculentas em casamentos. Pronto, reacendemos a discussão sobre fazer uma comemoração de casamento. Conversa vai, conversa vem, não tínhamos grana pra bancar uma big festa ao estilo tradicional, como já havíamos constatado ao pedir orçamento para alguns sítios no entorno de SP.

Eu já conhecia o CSG de uns anos atrás e surgiu o termo miniwedding e posts sobre casamentos em restaurantes para nos dar alguma esperança. Fechamos uma lista de 50 convidados com alguma dificuldade (e reclamação de terceiros, mas paciência), a data de 17/01/2015 e como tema as cores preferidas de cada uma: roxo e verde. Tínhamos 6 meses e um orçamento apertado. Daí pra frente foram diversos emails pedindo orçamentos e vibrando para encontrar algo que coubesse no nosso orçamento, que nunca foi planilhado. Ah, e muitas idas à 25 de março! Visitamos alguns lugares e fizemos todas as provas de doces e bem casados com a minha esposa me empurrando na cadeira de rodas ou comigo de muletas e, claro, de ônibus e metrô, que é pra não perder o estilo de noivas sem grana.

Pra ajudar: trabalhei nas eleições pra juntar o auxílio refeição, minha esposa fez trabalhos de biscuit para um chá de bebê e tatuagens, juntamos restituição de imposto de renda e nota fiscal paulista, vendi minha bateria e pedi adiantamento de 13° e 1/3 de férias. Quando se tem um propósito, as oportunidades surgem!

Local, alimentos e bebidas: O primeiro lugar que coube no nosso orçamento quase nos infartou quando fomos conhecer pois não era nada do que parecia nas fotos: muito apertado, só uma parte do restaurante ficava reservada para os convidados, tintura desgastada perto do banheiro, muitas escadas. Enfim, um horror. Saímos decepcionadas.

O segundo, caberia de forma bem apertada e  pareceu muito fino pros nossos convidados e mesmo pro nosso próprio estilo. Não queríamos uma festa “engomadinha”.

Por fim, surgiu o restaurante que nos surpreendeu, o Lilló: não cobrava locação e permitia realizar uma cerimônia budista, arejado, com ar condicionado, teto retrátil, boa e simples decoração estilo ar livre, telão e uma gerente bastante simpática. Quanto ao cardápio, o que melhor se adequava ao nosso bolso era também o que mais oferecia opções: o buffet de almoço da casa, servido todos os sábados, mas que não teria exclusividade para nossos convidados (fazer o que?!). Com taxas, nos cobraram R$ 94 por pessoa incluindo bebidas não alcoólicas, sobremesas, mesas, cadeiras, tolhas de mesa, pratos, guardanapos, copos, taças, garçons, mesas auxiliares, etc. Totalizando R$ 4.700, que por sinal sentimos que foi muito bem gasto, desde o auxilio e disponibilização até a forma em que os garçons trabalharam no dia ajudou muito para que se tornasse o sucesso que foi.

O bolo (branco, com pasta americana, recheado com mirtillo e ganache de chocolate branco com amêndoas), bem casados e 300 doces (divididos em seis sabores) foram encomendados na região do restaurante, na Geísa doces (que tem um atendimento muito atencioso e carinhoso, que faz com que a noiva se sinta toda especial) e na Louzieh (que tem um atendimento mais frio e distante, mas apresenta seus produtos com perfeição). Nestes itens foram mais R$ 1.750. Para o topo de bolo, compramos duas gueixas de madeira e fizemos uma base em biscuit, arrematada com fita de cetim.

Brinde: Para combinar com a cerimônia budista escolhemos uma novidade do mercado para ser nossa única bebida alcóolica: o sake espumante. Conhecemos o sake Ozeki hana-awaka andando pela liberdade e nos encantamos pela garrafinha cor de rosa, mas que tinha um precinho salgado e que ficou muito mais salgado dias depois, quando saiu da promoção, para nosso desespero. Produzido no Japão, esse sake nos deu um bocado de trabalho, mas coloquei mãos à obra e encontrei um restaurante bem pequeno numa das ruas da liberdade que servia ele e nos indicou uma importadora cujo dono pouco falava português e que cordialmente nos vendeu 30 garrafinhas, ao estilo turco: negociando até o último, fazendo com que de novecentos e bolinha (pelo valor da loja da liberdade), nosso custo com esse item saísse a R$660!

As taças para as noivas: usamos uma verde e uma roxa que já tínhamos e decoramos com renda, cetim e uma flor de aviamento.

Convites, plaquinhas para mesa de bolo/doces, tags para lembrancinhas e agradecimento de mães e padrinhos, fomos nós que fizemos tudinho. Compramos papel perolado branco, roxo e verde em Mogi das Cruzes, um papel roxo para os envelopes, caixinhas de papelão (para convite das mães e padrinhos), pérolas, tesoura artística, renda, serragem, etc. Procuramos textos, escolhemos trecho de música, montamos e mandamos fazer a impressão numa lan house. Para o convite de mães e padrinhos, além da redação especial, fizemos uma caixa e dentro de cada uma foi colocado um kusudama enfeitado com strass, que nós também fizemos e engomamos. As tags de lembrancinhas e da mesa de doces, sempre em papel perolado, foram arrematadas com tesoura artística e decoradas com os retalhos de outros papéis.

Varal de recados: Fizemos também. Compramos arame branco, mini pregadores verde e roxo,  sarja crua e fitas de cetim floridas nos tons do casamento. Cortamos o tecido e costuramos as fitas nas bordas, dispondo-os depois numa mesa auxiliar sob o varal, ornada com um porta retrato e um arranjo de flores, junto com canetas verde e roxa para tecido e mini pranchetas.

Lembrancinhas: Mini suculentas, além de bem casados. Compramos copinhos de acrílico quadrados e decoramos com fita de cetim e strass, colocando areia colorida no momento do transplante das plantinhas e arrematando com as tags de agradecimento e sugestões de cuidado. Sobre cada bem casado, entregue embalado apenas em crepom nude e arrematado com fita de cetim verde ou roxa (a embalagem é o item mais caro do bem casado, não?), foi colado um mini tsuru na cor da fita. As lembrancinhas foram dispostas na mesa dos convidados, economizando com decoração de mesas auxiliares para essa finalidade e reduzindo o número de bem casados (1 por convidado). Para quem colaborasse com a organização, fizemos caixinhas de acrílico com docinhos finos, decoradas com cetim e pérolas. Para os padrinhos que colaboraram, uma caixa resistente, com o cartão de agradecimento sob a tampa, decorada com fitas de cetim, mini tsuru e strass, forrada com palha crua, guardando uma garrafa de sake espumante. Nossa cerimonialista recebeu uma caixa com kusudama igual no convite dos padrinhos. Para as mães, uma caixa menor, com o agradecimento sob a tampa, decorada com nossos monogramas, fitas de cetim e um adereço de aviamento relacionado à profissão de cada uma. Recheadas com 4 docinhos finos, 1 pregador especial para pendurarem seus recados e um relógio-chaveiro. Para nós, sim, porque noiva também merece lembrancinha! Fizemos uma grande caixa com 1 sake espumante e, para cada uma, um bem casado e um de cada docinho fino.

Decoração, buquês e música: Bom, mal orçamos esse item e já sabíamos que não teríamos como contratar. Então, decoramos 12 copos com renda, fitas de cetim e strass ou pérolas, providenciamos dois vasos maiores, suportes para doces e bolo em MDF, além de um par de monogramas (que envernizamos, pintamos e decoramos com pérolas roxas e folhinhas), um porta retrato, mini budas, um buda médio, voil e muito papel de presente para kusudamas e tsurus. Além das mesas dos  convidados, tivemos uma mesa de bolo e doces, uma mesa auxiliar e a mesa da cerimônia. Fizemos a decoração das taças como já descrevi e arranjos para as cadeiras das noivas. Nossa passarela foram cestos decorados com fita floral, pedras brancas e suculentas, sendo que os das extremidades receberam arranjos de flores. Os nossos buquês foram arrematados com renda, cetim e um mini kusudama com strass. Para as flores, fomos ao CEAGESP algumas vezes, onde também compramos as suculentas para lembrancinhas. O que aliás, foi o mais difícil, já que a feira começa de madrugada e não temos carro. A retirada das flores e montagem dos arranjos nos deu bastante trabalho um dia antes do casamento, no que fomos auxiliadas por dois padrinhos, que também nos ajudaram a organizar tudo no restaurante pela manhã.

Quanto à música, escolhemos e baixamos na internet, montando um pen drive com nosso set list, para ser reproduzido no dia. Não combinava com nosso gosto, nem com nossos convidados fazer um casamento com pista de dança.

Vestidos, sapatos, acessórios e dia da noiva: Escolhemos os vestidos pela internet e uma costureira que já havia feito outros vestidos para mim os confeccionou. Não foram exatamente vestidos de princesa, mas combinavam com nosso casamento e conosco: curtos e simples. Um lacinho verde e outro roxo completavam respectivamente o vestido dela e o meu. Compramos sapatos iguais. Acessórios foram definidos em cima da hora, com exceção dos véus, comprados pelo AliExpress em agosto e das coroas de flores, encomendadas em novembro.

Dia da noiva é um absurdo de caro não? Imaginem então para duas noivas! Se você quiser fazer o teste de penteado e maquiagem então… para mim significava a falência. Pois bem, nossa “pão durisse” nos levou a adquirir o que faltava de maquiagem para fazer nós mesmas as que escolhemos e pudemos testar algumas vezes, pegando prática. Fizemos nós mesmas as sobrancelhas, manicure e pedicure, além de uma limpeza de pele e a depilação como de costume. Os cabelos curtos facilitaram em muito, pois bastou lavar, modelar molhado, aplicar fixadores (quer dizer, no meu pelo menos, pois o dela nem disso precisou) e colocar a coroinha com o véu.

Alianças: Por incrível que pareça, dá para economizar neste item também! Achamos um modelo de aparador de aliança na internet, mas o que há de mal em ser muito feminino se são duas mulheres? Acabamos optando por ele mesmo e mandando confeccionar numa joalheria pequena na “rua do ouro” da Sé. Por já ser cliente, tive a regalia de poder parcelar o valor que seria a vista. A economia ficou por conta da negociação, pois não tive vergonha de orçar duas vezes com um bom intervalo de tempo, reduzindo o valor em pouco mais de 300 reais e, por fim, fiz uma “cata” em casa, juntando alianças de ouro antigas do relacionamento anterior da minha mãe e uma que eu encontrei na rua, além de brincos sem par e correntinhas antigas, que vendemos em uma das galerias da rua do ouro, conseguindo assim R$ 1.070,00. As alianças saíram a R$ 2.685,00.

O porta alianças foi uma grande suculenta, que nos deu a graça de conseguir manter suas flores no auge até o dia do casamento.

Fotografia: Não tivemos filmagem, pelo menos não oficial. Pedimos que alguns amigos tirassem fotos/filmassem o que quisessem, fotografamos nós mesmas os preparativos (inclusive, para incluir na nossa página “dos noivos”, onde tinha a lista do casamento) e contratamos um jovem fotógrafo para fazer sua primeira cobertura de casamento, confiando nele pelo que vimos de suas fotos de rua/jogos de basquete, etc. Esse ser abençoado que nos permitiu realizar esse sonho cobrou uma bagatela de R$ 400,00 e nos entregou os arquivos em mídia após 15 dias.

O grande dia: Bem, os padrinhos que nos ajudaram a noite toda na véspera nos acompanharam até o último segundo. Começamos carregando o carro de um deles com todos os arranjos, vasos e bem casados. Enfim, enquanto uma de nós e um padrinho começavam a organização das mesas e decorações a outra foi com o outro padrinho buscar os doces, até que assim que colocamos a última coisa no lugar certo, já estava na hora dos convidados chegarem. Foi uma correria para voltar para casa de carona com um dos convidados, nos trocarmos, nos maquiarmos, nos ajeitarmos enfrentando trânsito tanto na ida quanto na volta. O atraso foi de quase duas horas, mas levando em consideração que eram duas noivas, foi perdoável, não acham? De resto, não consigo encontrar palavras para descrever, foi perfeito! Os convidados amaram, conseguimos dar atenção à todos sem deixar escapar uma alegria se quer que a festa pôde nos proporcionar. Na hora de comer só se ouvia talheres trabalhando e elogios a cada garfada.

Tudo que fizemos, até mesmo pequenos detalhes, que passamos noites acordadas fazendo, foram notados e elogiados, o que nos fez ver que valeu a pena os nossos esforços, foi mágico! Tanto que, quando achamos que só tinha se passado 2 horas de festa, já tinha passado do horário (quase 5 horas).

O valor total ficou em R$ 14.388,11. Era um valor que não tínhamos, mas a vontade, carinho e determinação fez com que tudo isso se tornasse possível. E como já foi dito, cada centavo gasto (e principalmente não gasto) valeu muito a pena! Depois de tudo que vivemos até o último segundo, juntas, não trocaríamos o nosso casamento DIY por nada!”

Beijos!

Decoração da mesa das noivas

Decoração da mesa do bolo amarela e roxa

Bolo branco com detalhes roxos e verdes com topo de bonequinhas orientais

Detalhes dos doces e flores

Mesa de assinaturas

Detalhes da produção do convite

Convite na cor roxa, fita de amarrar verde junto com renda pra fechar

Caixa de lembrança

Detalhes da caixa de lembrança

Caixa de lembrança

Caixa de lembrança

Detalhes da caixa de lembrança

Detalhe da caixa com Sake e doces dentro

Detalhe das mesas com origami na decoração

Mesa com detalhes budistas

Detalhe das alianças

Lembrancinha: Potinho de acrílico com uma plantinha e terra colorida roxa e verde

Taças das noivas, uma verde e a outra roxa

Entrando pra se casarem

Cerimônia

Noivas de mãos dadas

Brinde

Agora casadas, seguram as taças

Convidados sentados nas mesas do restaurante

Corte do bolo

Foto das noivas juntas

Saída das noivas

fornecedores

Espaço e serviço de alimentos e bebidas – Restaurante Lilló (Borges Lagoa) | Bebida para o Brinde – Yamato importadora | Bolo, bem casados e doces finos – Geísa Doces e Louzieh Doces | Fotografia – Caio Januário | Coroas de flores – G. Offer | Vestidos – Diva Costureira | Cerimônia – Vânia Vasconcelos e família | Alianças – Scielo Jóias