Por Leila Ghiorzi

Se quem casa quer casa, uma das grandes expectativas dos noivos no tão sonhado casamento é o dia-a-dia depois da festa. Vocês imaginam o seu lar perfeito, todo montado, no melhor bairro da cidade. Mas isso custa caro, não é mesmo? Muitos namorados acabam adiando os planos de casar porque acham que não darão conta do futuro financeiro juntos. Deixa eu contar um segredo: vocês darão conta sim, e eu estou aqui pra ajudar vocês. Segurem na minha mão e vamos com calma.

Vocês já conversaram sobre o futuro financeiro de vocês como casal?

Passada a lua-de-mel, chega a hora de se voltar para a realidade. E é aí que a coisa aperta. Chegam a contas e vocês percebem que nunca falaram sobre dinheiro. Esse é um dos erros mais comuns que eu costumo ver por aí. Abordar as finanças é muito importante, mas a gente acaba negligenciando esse fato por medo de expor nossas fraquezas e inseguranças. Eduardo Amuri, um consultor financeiro de quem gosto muito, costuma dizer que a gente fala que broxa mas não fala sobre grana. E é bem assim mesmo. Comentar sobre sexo às vezes é mais fácil do que conversar sobre dinheiro. Aí acontece que o dinheiro só se torna pauta da comunicação quando já é um problema. E é chato se concentrar nos problemas, né? Então, vamos evitá-los antes que comecem: falando sobre isso quando ainda não é ruim.

 


Dica de ouro para você construir uma relação financeira saudável com seu parceiro 

O primeiro passo é ser totalmente honesto com seu ou sua parceira sobre sua situação financeira, sobre sua capacidade (ou não) de poupança e, mais importante, sobre seus sonhos e planos para o futuro. Ouçam também o que vier do outro lado e entendam que as pessoas lidam de forma diferente com isso. Perguntem como o outro se relaciona com o assunto, como lida com isso na prática: usa mais o cartão de crédito? Usa o débito? Paga tudo em dinheiro vivo? Saber das “manias financeiras” do companheiro facilita a organização da vida financeira a dois. Mesmo que vocês ainda não tenham muito, ou que planejem investir o que tenham na festa de casamento, estabeleçam objetivos em comum, baseados nos sonhos de ambos. Se os sonhos forem antagônicos, conversem sobre como organizar a conquista dos objetivos sem que um atrapalhe o outro.

Por exemplo, um quer um sítio no meio do nada (com sabor de chocolate, cheiro de terra molhada e tals) e o outro quer viajar todos os anos para uma metrópole diferente. O que acontecerá, se vocês não tratarem disso, será que um dos dois – ou mesmo ambos – ficará frustrado com os planos e não irá colaborar para o seu atingimento. Uma solução, em vez da briga causada pelo dinheiro, é estabelecer uma data para a compra do sítio. Até lá vocês desbravam o mundo e investem um valor para a entrada do terreno. Vocês podem estabelecer uma data ou mesmo uma lista de cidades para conhecerem antes de “sossegar”. Bem melhor do que viver culpando o outro pelos seus desgostos, não é mesmo?

Ok, e como podemos fazer esse planejamento? 

Depois de dialogar sobre os sonhos, está na hora de transformá-los em planos. Claro que o planejamento muda ao longo do tempo, mas se vocês não souberem para onde vão, nunca irão chegar. Se vocês têm sonhos que se encaixam – ambos querem comprar uma van e virarem
nômades digitais, por exemplo – ótimo! Assim é mais fácil, rs. Por outro lado, se os sonhos não são assim tão os mesmos, arrumem formas de realizar todos sem se prejudicarem.

Pensem em como construir um patrimônio juntos. Isso inclui as grandes aquisições, como imóveis, mas também as pequenas decisões, como o que fazer com o 13º ou um bônus extra. O que é importante para cada um de vocês? E o que é importante para vocês como um casal? É para essas coisas que deve ir o dinheiro de vocês. Criem metas de curto, médio e longo prazo para que vocês não precisem adiar os sonhos. Eu sugiro que vocês criem metas individuais e em conjunto. Uma meta individual pode ser a aquisição de um automóvel para um dos parceiros e a realização de um curso de especialização por outro, e a meta em conjunto é uma viagem para algum lugar escolhido pelos dois. Vocês precisarão economizar separado para as metas individuais e juntos para as metas em casal. Isso evita que os sonhos em
conjunto sobreponham-se às conquistas individuais e vice-versa.

Celebrar é importante
Após um tempo trabalhando juntos, vocês irão conseguir conquistar pequenas e grandes metas. Lembrem-se sempre de celebrar as conquistas, mesmo que seja apenas um brinde simbólico com suco de uva (as boas celebrações, pra mim, sempre incluem comida, haha).
Depois me contem como foi a conversa sobre os objetivos financeiros de vocês? Prometo que não
vai doer e vai evitar muitas brigas na vida pós casamento. 🙂