A fama dos preços super atraentes da 25 de março não vem de hoje. Minha mãe conta que desde que era menininha, via minha vó indo a 25 para comprar coisas para a casa.

E para quem ainda não conhece e não faz idéia de onde fica essa tal rua, eu explico: A 25 de março está localizada no centrão de São Paulo. Na verdade verdadeira não somente a “Rua 25 de março” possui lojas com produtos econômicos. O que chamamos de 25 de março, é a região que engloba mais ou menos 1 ou 2 kms em torno dessa rua.


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Existem muitas histórias boas e ruins sobre essa região. As boas resumem basicamente a questão variedade gigantesca de produtos e seus preços muito bons. Hoje em dia é realmente possível se encontrar quase de tudo por lá: De tecidos e linhas de costura, a sapatos e artigos de festa. Agora, a parte ruim parece realmente só aumentar com o tempo. Um lugar com preços de banana, tem lotação quase todo dia. Isso atrai não só público de bem como também uma corja de ladrões que adoram vítimas desatentas à suas bolsas e sacolas. Para evitar, é preciso andar com bastante atenção e de preferência sempre em bando.

Como eu frequento essa “quebrada” a alguns bons anos, já vi de tudo um pouco. Grazadeos nunca assaltada ou roubada por um trombadinha mas, assim que fiquei noiva, por pouco não fui esfaqueada no coração por um determinado fornecedor. Mas calma: Não era um coreano e sua espada e sim, um dos nossos conterrâneos, adepto do modelo dos que gostam de levar vantagem em tudo. Escuta só:

Lá estava eu descendo a Ladeira Porto Geral quando escuto gritarem:

“NOOOIVAAAS, NOOOIVAAAAS, AQUI LEMBRANCINHAS, JOIAS, CONVITES E…NOOOIVAAAS, NOOOIVAAAAAAAAAAS!!!”

Não sei se já contei mas, à três anos atrás quando comecei a procurar coisas para o meu casamento, eu era uma tonta. Onde se falasse de casamento, lá estava eu correndo atrás. Foi assim que cai na emboscada.

Aceitei o panfleto que os meninos  escandalosos entregavam na porta de uma das galerias e um deles me acompanhou até o último andar dela. Ao chegar, ele me apontou algumas portas e sumiu. Por um momento me senti num daqueles filmes onde te largam no meio de uma arena pronta para ser devorada por um leão!

Fui até uma das portas indicadas e reparei que se tratava de uma loja que vendia “joias” para noivas. Em poucas estantes estavam braceletes, pulseiras e muitos cacarecos brilhantes para o cabelo.  Assim que bati os olhos, achei quase tudo muito brega até notar as flores de tecido. Fui na direção certa para namorá-las até ser surpreendida por uma vendedora “piriguetona” que fazia questão de usar quase tudo o que estava exposto nela mesma.

“- E aí gata, já escolheu a sua?

– Er..não ainda não…só dando uma olhadinha..

– Fica a vontade, precisando meu nome é tal”

Mesmo com um “fique a vontade”, você realmente não ficará NADA a vontade nesta loja. Qualquer movimento seu é monitorado pelas vendedoras que com suas caras de desprezo e chicletes mascados a boca aberta, te fazem sentir um grande lixo. Quando enfim voltei minha atenção para as flores, tive um puta susto em dois sentidos:

1. A tal flor nada mais era que pedaços de tecido mal cortados,  mal costurados, mal colados com cola quente e com apliques horrorosos de strass!

2. O “projeto de flor” mais simples, custava em torno, de nada mais nada menos que R$ 220,00 reais!!!

Simplesmente me descolori em 12 tons de bege. Como um acessório como aquele poderia custar tanto? Onde estava a razão de cobrarem tão caro naquilo e de ser mal atendida por uma ruminadora de chiclete?!  Ai ai, que ódio! Como eu odeio ser tratada como otária e ludibriada por gente assim ¬¬

Após o susto todo, a vendedora bonitona inda conseguiu me convencer a experimentar. Me sentou num canto com espelho e forjou um coque incrementado com uma daquelas maravilhas. A cada  falso elogiou e cada sugestão sem noção de como usar meu cabelo no casamento eu tinha mais e mais vontade de sugerir a ela onde usar aquela FRÔ!!!

Pedi licença, arranquei tudo aquilo e desci as escadas correndo. Nunca mais voltei nessa galeria para olhar mais nada e nem pretendo. Até hoje quando alguém tenta me fazer de tonta ou masca chiclete de boca aberta perto de mim eu saio correndo de perto. Eu hein! ¬¬

***

E como eu sou uma moça pobre e tenho medo de tomar processo nas costas por dar nome aos bois, eu jamais diria que este lugar horrível fica na Ladeira Porto Geral no número 14 box 30. Jamais, longe de mim!

Mas posso dizer que em Junho vou organizar uma “excursão” de noivas que queiram conhecer as tocas da economia onde eu me enfio. Maiores detalhes serão dados em breve. Aguarde 😉


Beijos!