Oi, meninas, como estão?
Bom, por aqui as coisas não vão muito bem, e por isso mesmo acabou virando pauta para a coluna.
Marido chegou com uma notícia muito triste na sexta. A empresa em que ele trabalhava andava mal das pernas, divergências entre diretoria e tal e… demissões. Entre os muitos funcionários do administrativo, lá estava ele. Demitido.
Choramos muito, muito mesmo. Desde o ano passado estamos passando por muitos problemas no setor profissional, emocional, financeiro, enfim. Conquistamos muitas coisas, muitas alegrias. Mas permeado por muitos problemas.
Não vim aqui somente desabafar, não. Vim falar com vocês sobre problemas financeiros dentro de casa. Principalmente entre recém casados.
Sempre ouvi do meu pai que é preciso cuidar bem do dinheiro, pois num casamento “quando o dinheiro sai pela porta, o amor sai pela janela”.
Não concordava com isso, achava extremamente materialista, mas hoje entendo o que ele queria dizer.
Ao contrário do que parece, não quer dizer que as pessoas se unem por dinheiro. Ele estava tentando dizer que o dinheiro é uma parte muito importante na relação de um casal casado, e que deve ser levado muito à sério.
É um pouco de imaturidade ou romantismo excessivo dizer que “dinheiro não é tudo, vamos nos manter com nosso amor”. Não, o amor não paga a conta de luz.
Nós, meninas, acabamos de chegar dos preparativos do casamento e quantas vezes não tivemos divergências com nossos então noivos sobre os preços das coisas? É ou não verdade? Então sabemos o quanto pode ser estressante estar com dificuldades financeiras nessa fase de adaptação, começo de vida à dois.
Começa a faltar dinheiro para as contas, para os programas habituais, para as compras, para a ração do cachorro, para a internet, para a TV a cabo. Começa o estresse e com a pressão do dia a dia, de situações externas, do trabalho, da vida em geral, quem é que já não perdeu a cabeça e acabou brigando justamente pela falta do dinheiro?
Aí muitas pessoas podem dizer: “Se não pode pagar, não tenha. É frescura ter TV a cabo, é frescura ter cachorro, bla bla bla”.
Concordo, claro. Quem é que vai morrer sem TV a cabo? Internet não era comum até pouco tempo atrás, celular não é item primordial. Mas você gostaria de abrir mão de coisas a que está acostumada, sejam elas quais forem?
Agora vamos abstrair o mundo material e voltar ao que realmente importa: sentimentos.
Como lidar com marido desempregado? O que dizer a ele? Como fazer ele se sentir melhor? Como ajudar? Como não deixar que o estresse financeiro interfira no amor entre o casal?
Esse é o verdadeiro problema. Como não deixar que em determinada situação, você exploda e deixe que o estresse financeiro entre no meio de vocês dois. Nesse momento a única coisa que me vem à cabeça é a velha frase: “Na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe”.
É, nessas horas acho que temos que lembrar disso, né?
Casamento não é só buscar o vestido perfeito, ter a melhor maquiagem, a decoradora da moda, as lembrancinhas do momento e buscar a igreja mais badalada. Casar é pegar numa mão as contas atrasadas e na outra a mão do nosso marido e dizer: “Estamos juntos, com contas atrasadas ou não! Bora vender coxinhas!”
Tirando a parte das coxinhas (ou de repente, por que não??), casamento é mais que amor. Casamento é companheirismo. Isso é o que importa na verdade.
E como diria o mesmo pai que me falou sobre dinheiro: “Os limões estão aí, minha filha. Bora fazer a limonada!”
E aqui vou eu, mais uma vez, tentar fazer aquela caipirinha*!
Muitos beijos e até terça que vem,
Fê
*A caipirinha é uma referência ao meu casamento, cuja história (se você já não conhece) está aqui