Em conversa com algumas pessoas – e também observando outros representantes do homo sapiens por aí – percebo que algumas noivas queixam-se bastante do desinteresse de seus pares pelo casamento. Entendo as reclamações femininas, mas também compreendo as posturas masculinas. Não, eu não estou em cima do muro. Vou tentar explicar a minha visão desse “impasse”.

Tente se lembrar de suas brincadeiras preferidas na infância. Se você for homem, provavelmente responderá futebol, carrinhos, bolinhas de gude etc. Caso você seja mulher, há grandes chances de responder bonecas e “casinha”. E as histórias que você gostava de ouvir/ler/ver? Heróis ou princesas? Não faz tanto tempo, você consegue lembrar, vai.

Antes que me perguntem se faço sessões de regressão, me deixe dizer porque incorporei o Miguel Falabella e fui direto pro túnel do tempo. Tradicionalmente, homens e mulheres são educados de formas diferentes. Todo mundo sabe disso, independentemente se concorda ou não. E aí, desde quando saímos da maternidade, percebemos que azul é cor de menino e rosa é de menina. Notamos que os presentes que ganhamos são diferentes dos brinquedos das crianças de outro sexo. Começa a adolescência e a tradição das festinhas “americanas” ordena que os meninos levem os refrigerantes e as meninas, os salgadinhos (afinal, já são mocinhas e já devem começar a treinar pra serem donas-de-casa, né? #not). Aí chega a hora do vestibular e ainda jovens mancebos, temos que escolher que profissão seguir. Temos as profissões em que a mulherada é a maioria e outras que tem tantos homens que chega a dar alergia (argh!). Ou seja, chicas y cabrones, a vida toda somos moldados para seguirmos padrões de comportamento masculinos e femininos. E eis que agora, quando vocês estão prestes a caminhar até o altar, a noiva fica louca com os detalhes e os frufrus do casório e o noivo parece não se empolgar tanto.

Meninas: tentem relaxar um pouco. Façam um esforço pra entender que esse aparente desinteresse do noivo tem muitas chances de ser um reflexo da forma como ele foi educado. Provavelmente, ele não vai se interessar logo de cara por escolher a cor das toalhas de mesa. Tentem não dar um ataque de perereca por conta disso, ok? Respire, arranque alguns fios de cabelo e relaxe. Se você o conquistou pelo estômago, como dizem por aí, por que não o convida para a degustação do buffet? E a questão do DJ e da banda? Por que não deixa pra ele resolver? Vocês podem sentar e dividir algumas tarefas e, certamente, ele vai querer ser responsável por algumas delas. Questões mais práticas e objetivas podem ser mais tranquilas pra ele, enquanto você se destina a conferir a ornamentação. Atenção: isso não significa que as decisões serão tomadas exclusivamente por um de vocês; ser responsável não significa ter que bater o martelo (na tábua de carne). Você também pode indicar o Noivos Internet Clube pra ele. Eu agradeço a audiência de vocês! rs

Rapaziada: perceba como suas noivas se envolvem com os preparativos do casamento. Sacou como cada detalhe mínimo é importante pra elas? Você já perguntou pra sua namorada se ela é daquelas que desde pirralha sonhava com o enlace? Meu amigo, com a mesma convicção de que afirmo que o Silvio Santos é careca, eu digo (ou melhor, escrevo): pra maioria das mulheres, o casamento é o momento em que o conto da Cinderela se torna realidade na vida dela. Então, incorpore um príncipe e leve os preparativos a sério. Você não precisa montar um cavalo nem sair por aí procurando a dona do sapato esquecido no baile. Prontifique-se a correr atrás de algumas pendências. Experimente mandar um e-mail pra ela com fotos de um casório que você achou bacana e espere a reação dela – provavelmente ela vai gostar. Aos poucos, você vai ver que cuidar dos detalhes do casamento não vai te causar grande incômodo. Mas seja rápido e empenhado, príncipe cabron, porque à meia-noite a sua carruagem pode virar abóbora.


Inté!


O noivo