Você deve estar pensando: “Ai credo, lá vem ela contar mais desgraças!”

Não mas não são desgraças não. É que depois que eu postei a parte 1, comecei a me lembrar de mais outras coisas que “supostamente” deram errado e valem a pena pontuar. Não pense que estou me torturando ou falando apenas de coisas ruins. Estou apenas fazendo os relatos, começando pela parte “chatinha” para depois pular para as coisas boas. Eu agradeço os comentários de vocês me chamando de corajosa por ter contado tudo aquilo. Mas na verdade nem é questão de coragem e sim de mostrar a vocês que casamentos são lindos e maravilhosos mas que nós somos pessoas reais, de carne e osso e estamos em um mundo cheio de lutas e dificuldades. Então, pra quê pintar tudo de cor de rosa e causar a tal pressão da “perfeição” nas pessoas? Por que não podemos falar abertamente que nem tudo foram flores?

Pensando nisso é que eu vou dar continuidade. Quero aproveitar e dizer também para quem disse que fui forte e tals que…não foi bem assim. Em dois momentos tensos eu desabei a chorar. Cheguei a olhar em volta e me sentir sozinha, segurando pepinos que eu acreditei que não precisava ter segurado alí. Pasmem: Eu cheguei a sentir raiva das atitudes dos convidados!

Quêdizê.

Não sou santa e minha vida não é um conto de fadas. Ficava alí pensando nos três longos anos de tanta organização, dedicação ao blog com noites mal dormidas e o investimento financeiro em tudo aquilo e me estressei. Pra ser mais sincera ainda, eu só consegui enxergar todas as coisas boas BEM depois e, escrevendo estes posts, relembrei tudo e orei, pedindo a Deus para apagar tudo aquilo que não acrescentaria nada mais em minha vida a não ser mágoas bobas. A partir do momento que decidi focar em tudo o que foi bom, consegui pensar nos conselhos que dei aqui no blog e vivê-los.

Bom, agora que estou bem e tudo já passou, vou comentar isso tudo numa boa. Espero que esses relatos sirvam apenas para alertá-las sobre o excesso de pressão que fazemos em nós mesmas  – conforme detalhei antes – e não para assustá-las, como algumas ficaram. Lembrem-se sempre que mesmo lendo tudo isso, você pode ter a benção/sorte de não passar por nem 5% do que aconteceu comigo. Então relaxe, menina e tire apenas o bom proveito de tudo.

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6 – O cantor que se foi

Eu não havia notado nada, senão a alteração de algumas músicas que eu havia pedido a banda. Resolvi abstrair, entrei, casei e sóóó depois, quando saímos para fotografar só eu e gatão, é que ele me contou que o cantor não pode ficar e simplesmente se foi. Culpa de quem?

Resposta: Da vida e dos imprevistos naturais que nos fez atrasar tanto tempo. O moço, assim como toda a banda, me presentearam com a música da cerimônia. Entretanto eles contavam com o horário que combinamos, principalmente o cantor que agendou outro compromisso para depois da minha cerimônia. Desconheço qual e não importa. Por mais que alguém diga: “Ah, mas independente de ser presente, ele deveria ter honrado sua parte, ter esperado, sei lá”. Esse é um pensamento que gera uma massagem no ego, mas que não resolve nada. Se ele precisava ir, ele foi e ponto.

No fim: A banda atuou brilhantemente, eu quase enfartei de emoção e eu não me senti lesada em absolutamente nada. Sério. Mesmo sendo chata na escolha das músicas, as que eles usaram para substituir as que precisavam de uma voz masculina, foram ótimas! Nunca vou esquecer da educação, gentileza e delicadeza com que a Dias con Art me tratou. Tampouco a disposição em aprender a cantar em francês e me fazer chorar um bocado, que a Renata teve.

7 – Esqueci: Nosso porta alianças

Alguém lembra daquele porta alianças lindo de cerâmica da Maga Nogueira que nós sorteamos aqui? Então, eu tinha um pra gente e…esqueci em casa! Culpa de quem?

Resposta: Da correria e da minha cabeça! Você que também sente que sua cabeça vai explodir com tantos afazeres a pouco tempo do casamento, consegue me entender e perdoar? =P

No fim: Uma madrinha me emprestou uma caixinha porta alianças e a daminha entrou com ela juntamente com a plaquinha de “Lá vem a Noiva”.

Foto: Gabriela Quinália

8 – A decoração do teto não rolou

Outro sonho master da minha vida era ter o teto da área da festa forrado de balões como este aqui. Acontece que um dia antes, quando fui lá enche-las e grudá-las com fita adesiva, as amigas que me ajudaram na montagem, disseram que com o calor que fazia todas elas estariam murchas no dia seguinte. Culpa de quem?

Resposta: Minha, que não tenho todas as respostas do mundo? Do clima? Enfim, faltou conhecimento e clima propício para o “habitat” das bexigas, hahahahahahaha.

No fim: Tinham bexigas. Não na quantidade sonhada, mas no dia mesmo penduraram algumas pra mim só para que meu desejo não passasse em branco. Se eu penso assim, consigo ver o carinho da decoradora e da assessora que não tinham a menor obrigação de enchê-las e pendurá-las (sim pois eu me encarreguei disso) e mesmo assim me deram essa força. Vou reclamar do quê?

9 – A mesa de doces atacada

Hahahaha, essa foi engraçada. Na hora eu não entendi nada e fiquei chateada. Só depois é que eu fui rir. Acontece que pouco tempo depois de jantarem, as pessoas foram até a mesa de doces  e, em questão de segundos, fizeram a limpa neles. Culpa de quem?

Resposta: Da educação do povo brasileiro ou das gostosuras dos doces? Eu acho assim: Se eu coloquei lá é por que era pra pegar, né? Não eram só de enfeite. Haviam saquinhos para facilitar o transporte e a galera se empolgou levando o máximo que podia. Eu é que fui boba de confundir as estações e acreditar que as pessoas agiriam com maior timidez e delicadeza na hora de se servir. Sem preconceitos mas, povo brasileiro de tímido não tem nada, né? É cultural, normal.

No fim: A galera saiu com seus saquinhos cheios e felizes da vida com os doces dos anos 80. Como o número de convidados estava reduzido, tem gente comendo docinhos até hoje. Valeu a pena 🙂

Foto: Gabriela Quinália

10 – 120 pessoas não foram

É, amigas…120 de 210 convidados não estavam lá.  No caminho para o casamento, a Sandra, nossa assessora no dia, me liga e diz: “Sam, só tem 90 pessoas”. Segui a risca o conselho de convidar um pouco mais de pessoas e de confirmar a presença de 90% delas com antecedência. Mandei mapas, coloquei placas indicando o caminho próximo a chácara e mesmo assim, acabei tendo um “mini wedding” (ou um casamento pequeno, no bom português tupiniquim). Culpa de quem?

Resposta: Cada uma dessas 120 pessoas pode me dar 120 motivos diferentes para suas ausências. Alguns realmente coerentes e totalmente aceitáveis tais como: Trabalho, viagens, doença, filhos, distância e etc. Já outros seriam ridiculamente sem consideração nenhuma conosco, os noivos que tanto as estimamos e arcamos com os custos de suas presenças.

Com este décimo item eu encerro este papo do “supostamente errado”. O próprio nome já diz tudo: Lista de convidados. Uma lista de seres humanos com manias, gostos, pensamentos e formas de agir diferentes umas das outras. Mesmo que seja doloroso entender e aceitar que o esforço que fizemos para que elas estivessem lá conosco não vingou, é melhor saber trabalhar nossa mente para enxergar que das 210 pessoas que convidamos, talvez nem 30 frequentem nossa casa depois de casados e talvez nem 15 nos ajudem se a nossa geladeira ficar vazia e as contas atrasarem no final do mês.

No fim: Pra quê sofrer? Tudo o que nós pagamos para 210 pessoas, serviu com fartura 90 delas. O casamento não deixou de acontecer pois lá estavam os dois personagens necessários e essenciais para que o casamento acontecesse. Calhou de ter mais um bocado de gente e, pra mim, isso mais que basta. Posso te dar um conselho? Caso isso aconteça com você também, alegre-se pois com certeza você só ficará sabendo da quantidade de convidados presentes depois que forem declarados oficialmente marido e mulher e isso não vai mudar em nada sua programação.

Posso repetir o que disse no post passado?

Casar, fazer festa, usar um vestido deslumbrante e ter literalmente um dia de rainha é MA.RA.VI.LHO.SO. Tudo o que “supostamente der errado” NÃÃÃÃOOO VAI ESTRAGAR seus planos e felicidade. Só que eu não vou deitar a minha cabeça no travesseiro, tranquila, se eu deixar de dizer a vocês que casamento de verdade não é só isso e que:

“O importante, de verdade, começa depois que tudo isso acaba. Na convivência e no dia a dia. Acreditem em mim.” Vilela, Sammia 😉

 

Beijos!